Você tem certeza que precisa acontecer uma situação mais grave pra te provar que há algo errado nessa situação?
5 de maio de 2022A violência doméstica contra crianças e adolescentes deixou de ser apenas um assunto que vemos na TV, ela faz parte da realidade social em que estamos inseridos, mas muitas vezes não queremos enxergar.
Confesso que escrever sobre isso é muito difícil, mas escolher como missão a função de educar pais e mães me faz responsável por tocar nessa ferida.
Continue lendo e eu vou te explicar porque quero falar sobre esse assunto aqui!
Provocamos um ato de violência quando impedimos que a criança se expresse como criança, quando a coagimos a inverter a verdade sobre o que realmente aconteceu quando o papai ou a mamãe perdeu a paciência.
Provocamos violência quando nos distanciamos emocionalmente deles e quando entregamos para eles a responsabilidade sobre nossas próprios frustrações.
E essa é só a ponta do iceberg…
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao lazer e à profissionalização, à liberdade, ao respeito, à dignidade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Parece um texto familiar? Se não parece é porque você nunca leu nada a respeito do Estatuto da Criança e do Adolescente que foi criado para promover o respeito e garantir leis de proteção para eles.
E o que você tem a ver com isso?
Fracassamos, enquanto nação, quando uma criança é vítima de abuso sob nossos olhares, quando minimizamos o comportamento de pais que não conseguem investir no desenvolvimento de vínculo com afeto e responsabilidade emocional.
Fracassamos quando percebemos crianças reproduzindo bullying e vemos apenas o comportamento inadequado delas, esquecendo que por traz de um comportamento disfuncional há uma sequência de erros que serviram para construir isso.
Nós precisamos de educação! Nós temos medo de massacres nas escolas, mas esquecemos que por traz da promessa de um massacre há um grito de desespero que soa muito mais baixo do que nosso próprio medo.
Precisamos espalhar a mensagem certa: nossas crianças estão sendo violentadas sob nossos olhos, e ao mesmo tempo os pais precisam de educação.
Em qual momento as nossas políticas públicas serão formatadas para produzir educação para as famílias?
Essa mesma educação afetiva e gentil que direciono para as crianças quando escrevo, desejo para os pais, porque todos nós precisamos de amor e de respeito.
Venceremos uma promessa de massacre com ações de acolhimento e educação, tudo em torno disso é paliativo e não resolve o problema de verdade.
Fabiana Todeschini
Orientadora Parental
@mamaeterapeuta
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Espaço do Pensar
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