O impacto da pandemia na alfabetização e desafios que vamos superar

Por Matheus Gianello

Vereador e Advogado

Um novo levantamento elaborado pela Organização Todos Pela Educação quantificou as perdas sofridas pelos estudantes do Ensino Infantil durante a pandemia. Perdas que se refletem de forma mais aguda entre as crianças que já estavam numa situação econômica e social mais vulnerável.

O estudo, divulgado no último dia 8, apresentou dados alarmantes. O número de crianças entre 6 e 7 anos que não sabem ler e escrever cresceu mais de 66% entre 2019 e 2021. Ao todo, 2,4 milhões de crianças nesta faixa etária não estão alfabetizadas.

Esses números refletem ainda a enorme desigualdade educacional entre crianças de 6 e 7 anos de domicílios ricos e pobres. Enquanto 16,6% que vivem em domicílios ricos não estão plenamente alfabetizados, esse número chega a 51% nos domicílios pobres.

É consenso que o principal motivo desse aumento nas desigualdades educacionais deve-se ao ensino remoto – que trouxe grandes desafios. Colégios e cidades com menos recursos tiveram ainda mais dificuldades de adaptação. O acesso de muitas famílias aos aparelhos eletrônicos e à internet foi uma questão bastante limitante.

Agora, com a iminente volta à normalidade com a educação presencial, os desafios são gigantes. É consenso que os impactos sociais e educacionais dos últimos anos são graves e devem ser encarados com muita sabedoria, sob pena de condenar toda uma geração.

Matheus Gianello

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