“Tento falar, mas ele não me escuta, então eu grito!”. Ouvi essa frase de um pai, sobre a dinâmica familiar em que ele vive hoje. Infelizmente essa é uma dinâmica bem comum.
Felizmente hoje identificamos pais mais abertos a falar sobre isso e dispostos a compreender que há formas mais assertivas de expressar o que pensam no contexto familiar. Precisamos falar sobre como nos comunicamos em casa.
Nesse contexto há muito sobre a psicologia comportamental: Ao gritar, o pai compreende que o seu desejo será atendido, entretanto, até então esse mesmo pai não entendia o quanto isso é capaz de influenciar a forma como seus filhos se comunicam também, e isso é um ciclo que cria registros e gera perdas importantes.
A comunicação tem enorme importância no desenvolvimento de toda sociedade, e consequentemente influencia a harmonia familiar. Um estilo de comunicação aberto, generoso e capaz de dar espaço para que todos possam expressar seus desejos, inseguranças e afetos trará resultados positivos, enquanto, um estilo de comunicação autoritário poderá desencadear diversos aprendizados que potencialmente trarão desequilíbrio para os vínculos parentais, causando também grandes prejuízos no aprendizado de habilidades necessárias para que todos tenham um desempenho social ideal.
Acontece que a forma como percebemos e aprendemos sobre a comunicação dentro de casa irá refletir nas nossas habilidades sociais com o universo que nos rodeia.
Pais que desenvolvem pouco diálogo com os filhos e os desestimulam a expressar o que pensam ou sentem no grupo familiar, impossibilitam o amadurecimento da habilidade de se comunicar com o mundo, ao passo que famílias que estimulam a prática de falar sobre sentimentos e experiências inerentes ao dia a dia de todos, desenvolvem vínculos saudáveis dentro e fora de casa.
Mas há aí um grande dilema: pais que não sabem como se expressar em momentos de tensão devem fazer o que?
Aquele pai gritava, muitos se calam e deixam algumas situações mal resolvidas, outros deliberam de forma passiva e acabam cedendo às incompreensões dos filhos, mas o ideal é construir um diálogo em que todos possam expressar o que pensam e sentem.
De forma planejada, a comunicação deve ser usada para que os pais determinem regras e falem sobre elas com inteligência, respeitando as emoções de todos os envolvidos e permitindo que a compreensão sobre a razão das orientações dadas não seja vaga.
Planejar a forma como os pais se comunicam entre si e com os filhos é uma estratégia que gera resultados melhores do que gritar sob a pressão dos acontecimentos.
Parece teatral, mas pode ser dinâmico. Os pais precisam combinar a forma como atuarão diante dos filhos. Após a definição do padrão em que ocorrerá a comunicaçãono contexto familiar, bastará que isso seja exemplificado nos cenários do dia a dia, e esses cenários são inúmeros, o que permite inclusive um treino diário.
Você acha que esse dilema está resolvido em sua casa? Continue treinando. Use a sua rede de apoio para ampliar essa prática. Você acha que falta desenvolver essa competência? Não desista de tentar, isso certamente vai te ajudar a ter uma vida mais equilibrada.
E falando em equilíbrio, vamos falar sobre como equilibrar nossas expectativas diante dos acontecimentos relacionados ao desenvolvimento dos filhos? Escrevo pra vocês sobre isso na semana que vem.
Até semana que vem…
Fabiana Todeschini
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