A importância do grupo para o adolescente
28 de abril de 2022No processo de transformação que ocorre da infância para a adolescência, é natural surgirem novas necessidades. O corpo passa a funcionar de forma diferente, os interesses facilmente se modificam e a nossa predisposição para identificar novos pares passa por uma ampliação. Nessa fase o adolescente não se contenta apenas com a rede protetora da família e busca, fora de casa, outras referências para se formar como sujeito.
Assim como num processo de metamorfose, surgem necessidades que são bem distintas e até questionáveis em alguns aspectos. Muitos pais não estão preparados para isso e apresentam uma resistência que está baseada no instinto protetor que desenvolvem durante a infância de seus filhos.
Porém é importante entender que o momento em que o adolescente começa a demonstrar interesse por ampliar seu grupo de amigos e construir novas redes faz parte da elaboração da identidade pessoal.
Podemos assumir um papel diferenciado se nos dedicarmos a construir uma rede de apoio saudável para nossos filhos. Precisamos ajudá-los a construir vínculos com pessoas que atribuam significado positivo a necessidade de pertencimento que enfrentam, mas isso não vai impedir que eles interajam com pessoas que estão “além da rede” de apoio que estabelecemos para eles.
Por meio da educação que oferecemos aos nossos filhos é possível dificultar ou facilitar o desenvolvimento da autoconfiança e a coragem de superar as impotências que o adolescente passa a enxergar nessa fase, e é por meio de uma educação bem edificada que conseguimos conduzi-los a enfrentar de maneira assertiva os desafios relacionados a essa etapa.
O que vemos com frequência é que, por ausência de estímulos adequados para essa fase, os adolescentes passam a acreditar que no espaço virtual podem suprir essa necessidade de pertencimento, e consequentemente se frustram quando percebem que instintivamente precisamos da presença do outro. A internet cria uma ilusão, mas não consegue sustentá-la por muito tempo. Temos necessidade de desenvolver habilidades que só se fortalecem com experiências dentro do mundo real.
No ambiente familiar, com a convivência com aqueles que somos mais próximos, somos expostos a cenários capazes de desenvolver a consciência sobre o pertencimento verdadeiro. E o pertencimento nasce das ações que provocam vínculos reais.
O adolescente precisa ser estimulado a se vincular com a família, mas também precisa ser exposto a situações em que podem desenvolver vínculos com pessoas diferentes do grupo familiar.
As amizades permitem aos adolescentes compartilhar momentos da vida por meio da afetividade, reciprocidade e fidelidade. Neste contexto, o individuo é aceito e respeitado como ele é. E tem como fugir desse processo? Não. Tem como facilitar para que esse processo siga numa direção saudável emocionalmente e socialmente? Sim, desde que estejamos dispostos a encorajar, escutar e participar desse momento de forma consciente e respeitosa, e isso faz todo sentido quando acreditamos de forma verdadeira no processo de educar de forma positiva.
Fabiana Todeschini
Orientadora Parental
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