Desenvolvimento Infantil: Como Potencializar O Desenvolvimento Do Meu Filho
29 de janeiro de 2022Para compreender de forma mais eficiente o comportamento do seu filho, é importante saber um pouco sobre a fase do desenvolvimento que ele está enfrentando e o que acontece nesse momento dentro dele.
O desenvolvimento humano acontece em estágios previsíveis, em uma ordem previsível, e quando passamos a compreender isso fica muito mais simples se antecipar a cada nova fase, respeitando os limites de compreensão da criança e estimulando-a para que enfrente os desafios de cada fase na hora certa.
Nunca se esqueça que cada etapa do desenvolvimento do seu filho, dependente da etapa que veio antes. É bem comum que tenhamos grandes expectativas em relação ao desenvolvimento dos nossos filhos e isso poderá causar forte carga de stress se não conseguirmos equilibrar tudo isso dentro de nós.
Queremos que eles adquiram habilidades que nem sempre estão alinhadas com a fase que estão enfrentando e assim, normalmente, acabamos frustrados pois o comportamento da criança dependerá muito mais dos recursos emocionais que ela conquistou até o momento do que das nossas palavras que afirmam incansavelmente sobre o quanto são incríveis.
Nesse universo existem também aqueles pais que acabam podando o desenvolvimento e superprotegendo a criança, impedindo que ela se desenvolva e alcance recursos fundamentais para continuar crescendo. Esse comportamento acaba atingindo a autoconfiança da criança, o que impactará na aquisição de habilidades no futuro.
Quando temos a habilidade de vincular o estímulo certo à fase do desenvolvimento em que a criança está, oferecemos o nosso melhor aos nossos filhos e nos conectamos com eles para encorajá-los a crescer de forma saudável.
Perceba: Na convivência social é que a criança observa, conhece e treina suas habilidades socioemocionais. Precisamos ter em mente que é no ambiente familiar que o cérebro da criança vai começar a ser moldado para que ela tenha recursos para interagir em outros cenários e grupos. A criança não precisará necessariamente de um novo grupo de amigos todos os dias para se desenvolver, apesar dessas relações serem fundamentais para o treino de suas capacidades.
Ao adquirir habilidade em determinada situação, a criança estará pronta para se desafiar instintivamente. Nos primeiros anos a criança aprenderá muito sobre como seu pequeno corpo funciona, o que são e como funcionam suas emoções, e como suas relações são conduzidas, isso ficará registrado de forma significativa em seu cérebro. Por essa razão é fundamental que a criança crie alianças emocionais para que se sinta encorajada a adquirir recursos que irão fortalecê-la, para que no período da adolescência ela possua recursos que sustentem uma transformação importante que ocorrerá.
As mudanças físicas que ocorrem quando a adolescência chega são tão importantes quanto as mudanças que ocorrem no sistema neurológico, porém muitos de nós (pais) não estão preocupados em se preparar para apoiar os filhos nesse momento ou não compreendem por onde começar.
É possível perceber que algum distanciamento entre pais e filhos ocorre nessa fase, o que é comum, mas o que nos chama atenção é que a intensidade desse distanciamento tem se tornado emocionalmente prejudicial. Pais de adolescentes precisam compreender que a criança cresceu e que seus cérebros possuem novas necessidades. Esses jovens adultos estão em busca de novos desafios, precisam de mais tempo para processar as perdas relacionadas à vida infantil e tem necessidade de comunicar-se de forma diferente. Mas os adolescentes não estão preparados ainda para completa autonomia e independência. Na adolescência ainda somos pais, mas precisamos nos transformar junto com eles.
É nessa nova fase que emoções que não foram bem desenvolvidas na infância surgem em comportamentos que julgamos inadequados, é nesse momento que precisamos decidir se vamos recuperar o que ficou pelo caminho ou se vamos nos distanciar, e essa certamente não será a melhor decisão.
É evidente que há fases que são muito mais desafiadoras que outras para os pais. É importante saber que nas crianças e adolescentes existem as mesmas emoções que existem nos adultos, porém elas ainda não sabem colocar em palavras aquilo que estão sentindo e não possuem habilidade de autocontrole para gerenciar essas emoções.
O que podemos fazer é gerenciar nossas expectativas, nos comunicarmos de forma adequada com a fase que estão experimentando, e nunca esquecer que esse processo de construção dependerá muito do quanto nos dedicamos a aprender para eles e com eles.
Você sabia que todos nós precisamos aprender sobre como exercer o papel de pai e mãe e que isso pode transformar a interação familiar? Mas esse é um assunto para nossa próxima semana…
Até semana que vem…
Fabiana Todeschini
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