7 em cada 10 estudantes ajudam no sustento da família com a bolsa do estágio

7 em cada 10 estudantes ajudam no sustento da família com a bolsa do estágio

6 de maio de 2022 0 Por Desperta São Caetano

Como falo reiteradamente nesta coluna semanal do Desperta São Caetano, é preciso que se invista em políticas públicas voltadas para o jovem no mercado de trabalho. Além de estatisticamente o público que mais sofre com a diminuição de renda e com o desemprego, os jovens também foram alçados a um patamar de grande relevância na composição da renda familiar.

Segundo levantamento inédito realizado pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), encomendado ao Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), que mapeou o perfil dos estagiários brasileiros e mostrou que, no ano passado, 69% dos jovens estagiários do Brasil ajudavam diretamente no sustento de suas famílias, enquanto 9% são os únicos responsáveis pelo sustento de toda a sua família.

O dado de que praticamente 7 a cada 10 jovens estagiários brasileiros ajudam diretamente no sustento da família reforça novamente a importância dos recém-chegados ao mercado de trabalho, que além de aprender um novo ofício dependem de renda para manter a comida na mesa de casa.

O levantamento do CIEE/Ipec mostrou também o peso de arcar com as despesas escolares. Segundo a pesquisa revelou, a mensalidade escolar, assim como as despesas domésticas, seguem sendo a principal responsabilidade financeira dos estagiários, respectivamente 34% e 16%, seguida por alimentação (11%).

Para além das despesas destes jovens estagiários, vemos também que a bolsa auxílio recebida também alcança patamares abaixo do salário mínimo nacional. A média de valor recebida pelos estagiários é de R$1.023,69 mensais. Ademais, o número de estudantes que recebem benefícios como auxílio transporte e recesso remunerado também caiu.

Portanto, é preciso reconhecer que a situação do jovem brasileiro não está fácil. Pelo contrário. E o que podemos fazer para inverter esse cenário? Como costumo abordar aqui, acredito fortemente que a solução virá através de políticas públicas para os jovens. Programas de capacitação e empregabilidade para o mercado formal são testados e dão resultado mundo a fora ou ainda, se considerarmos que o principal gasto dos jovens estagiários é reconhecidamente os gastos com mensalidades, o poder público pode investir em programas de bolsas de estudos ou, na mesma direção, diminuir a burocracia dos programas de financiamento estudantil.

Os problemas enfrentados pelos jovens é sério e carece de atenção. Cada vez mais o horizonte é nebuloso e as incertezas do futuro nos impõem a pensar no futuro desta e das próximas gerações.

Matheus Gianello

Vereador e Advogado

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